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Um museu comestível

A delícia dos deuses jorra no Museu do Chocolate (swissinfo) swissinfo.ch

Cultura e prazer: o Museu do Chocolate, o mais visitado e o mais provado do Cantão do Ticino, conta a história da "delícia dos deuses".

O chocolate seduziu a Suíça há mais de um século, a ponto de tornar-se um de seus produtos de maior consumo e exportação.

Uma tradicionalíssima vaca de mentira, provocantemente pintada de vermelho carregado, sorri com malícia aos milhares de visitantes que diariamente passam perto do “animal” ao transpor o limiar do Museu do Chocolate de Caslano, no Sul dos Alpes.

Chega então a vez de os visitantes sorrirem quando, já no interior do museu, são imediatamente acolhidos por uma fonte que esguicha chocolate quente, para degustar. Uma degustação que é um estímulo a saborear ainda mais o museu.

cultura e negócios

Fundado pela empresa de chocolate Alprose, o museu já se tornou uma das maiores atrações turísticas da Suíça de expressão italiana. E o crescimento do fluxo de visitantes só tem continuado: de 210 mil em 1995 passou a cerca de 300 mil nos últimos anos.

“Em nosso museu do chocolate recebemos uma média de 270 mil pessoas por ano, de 1.000 a 1.500 por dia, aproximadamente. Muitos chegam em grupo, pois diariamente chegam uns dez ônibus, realçava, ainda em 2004, Paul Nussbaumer, diretor do museu, também denominado Choko Land (Chocolândia).

Fundado em 1991, o estabelecimento atrai mais público que o Museu de Arte Moderna da vizinha Lugano onde, por ocasião de grandes exposições há filas quilométricas de visitantes. Como explicar esse resultado?

A sorte do museu é estar próximo da fábrica de chocolate. Passar pela loja da fábrica é uma etapa quase obrigatória depois da visita ao museu, do qual os visitantes dos mais diferentes países saem com bolsas cheias de chocolate.

Era uma vez

Com grandes painéis fotográficos e explicações escritas, o museu narra principalmente a extraordinária história do fruto do cacaueiro, já apreciado na América pelos maias e astecas. Na região, as sementes de cacau eram e ainda são cultivadas, antes de ser exportadas para o fabrico do chocolate.

Na Suíça, o chocolate começou a ser apreciado já em 1891, quando François-Louis Cailler fundou em Vevey a mais antiga marca de chocolate ainda existente na Suíça.

Fotos amareladas revelam a expressão altiva do predecessor da grande família dos chocolateiros suíços de sortes distintas: Philippe Suchard, Jacques Foulquier, Rudolf Sprüngli-Ammann, Henri Nestlé.

Fica-se então sabendo que Daniel Peter se apaixonou pela filha de Cailler e pelo seu chocolate, inventando o chocolate de leite, entre outras coisas. Já o pai de Aquilino Maestrani integrou um bando de ticineses que emigraram para a Lombardia lá pela metade do século XVIII a fim de aprender na Itália “o artesanato do chocolate”. Fica-se também também sabendo que o famoso Toblerone tira o nome do próprio Jean Tobler.

Presença constante

A variedade dos objetos expostos mostra como o chocolate se tornou usual desde o início: como um rito era saboreado como bebida quente em taças de prata, provavelmente pelas famílias da burguesia.

Chocolates finos eram presenteados em suntuosas confecções que, nas vitrines do museu, nos lembram velhos tempos, enquanto aprimorados selos recordam que a tradição de regalar-se com coelhos de chocolate na Páscoa é um costume antigo.

Mas também a fôrma de São Nicolau tem seu lugar ao lado de uma espécie de antiga e amalgadora de chocolate de pequeno formato parecida com as modernas betoneiras…

Rios de chocolate

Uma particularidade: na Alprose de Caslano existe também a possibilidade – única na Suíça – de acompanhar a produção de chocolate. A fábrica cuida de toda a elaboração do produto, da limpeza e torrefação das sementes de cacau à obtenção do produto acabado e confeccionado.

De um corredor aéreo, os visitantes vêem o escorrimento de quilômetros de chocolate em quase toda a fase da produção. “A Suíça é o melhor produtor europeu de chocolate”, afirma com uma ponta de orgulho Paul Nussbaumer, diretor da Alprose.

Por certo, a Suíça é pelo menos o maior produtor europeu de chocolate: no início desta década trabalhavam no setor cerca de 5 mil pessoas sendo a produção anual de 140 mil toneladas. A Alprose, fundada em 1957, ocupa o quarto lugar entre os produtores, com 8 mil toneladas de chocolate por ano e 140 assalariados.

Para a prestigiosa fábrica, a Suíça representa um terço das vendas e as exportações são encaminhadas a países como: Estados Unidos, Austrália, Canadá, Israel, Taiwan, Bangladesh, Egito, Japão, Noruega, Argentina. Em suma, um grande manto de chocolate que recobre idealmente o mundo e que narra a sua história no Ticino, no Museu do Chocolate.

swissinfo, Maddalena Guareschi, Caslano

1957, é construída em Caslano, a empresa Chocolate Alprose.
1991, inauguração do Museu do Chocolate.
Com 200 a 300 mil ingressos por ano, o museu é o mais visitado do Cantão do Ticino.

O Choko Land Museum de Caslano apresenta a história do chocolate: dos primeiros pratos rudimentares à base de cacau, preparados por povos antigos da América, às iguarias modernas, de mil e uma deliciosas formas.

Atualmente a Suíça é o maior produtor mundial de chocolate, com mais de 140 mil toneladas por ano.

Com um faturamento de 1.2 bilhão de francos por ano, o setor emprega cerca de 5 mil pessoas.

Os suíços figuram entre os maiores consumidores de chocolate : cerca de 12 kg por pessoa e por ano.

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