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Venezuela denuncia ‘massacre’ na Colômbia após mortes em manifestações

Confrontos entre manifestantes e policiais de choque em Cali, Colômbia, em 3 de maio de 2021 afp_tickers

A Venezuela denunciou nesta sexta-feira (7) um “massacre” por parte do governo colombiano, com o qual rompeu relações, em meio às manifestações que deixaram pelo menos 26 mortos e centenas de feridos no país.

“A comunidade internacional está chocada com o massacre que está ocorrendo na Colômbia e com o povo irmão da Colômbia”, disse a vice-presidente Delcy Rodríguez em um encontro com a imprensa.

“Deixamos nossa solidariedade ao povo irmão da Colômbia que está sendo massacrado.”

Centenas de milhares de pessoas protestam há 10 dias contra o governo do presidente Iván Duque, no que começou como uma mobilização de repúdio a uma polêmica reforma tributária, já retirada, e que se tornou uma das maiores manifestações contra o presidente conservador.

Os atos têm sido em sua maioria pacíficos, mas em algumas cidades houve tumultos e confrontos com as forças de segurança que deixaram pelo menos 26 mortos e centenas de feridos.

É “uma crise que já não podia mais ser ocultada”, continuou Rodríguez. “Pouco se falou sobre os assassinatos de lideranças sociais nesse país, contra jornalistas, pouco se falou sobre como eles próprios romperam o acordo de paz” com os guerrilheiros das FARC.

“Não se viu Luis Almagro na Colômbia neste momento em que massacram o povo colombiano”, concluiu a vice-presidente em relação ao secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), aliado de Duque e forte crítico do governo de Nicolás Maduro, a quem chama de “ditador”.

A Venezuela e a Colômbia, que compartilham uma fronteira extensa e porosa de 2.200 km, romperam relações depois que Duque reconheceu o opositor Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela em janeiro de 2019.

Os governos dos dois países trocam críticas com frequência. Maduro chegou a acusar Duque de planejar golpes de Estado para destituí-lo e até assassiná-lo.

Recentemente, ele o vinculou a grupos irregulares que enfrentaram o Exército venezuelano na fronteira, causando a morte de pelo menos 16 militares.

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