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O perfil da Clínica Valmont

Clínica Valomont, em Glion, perto de Montreux, onde Santos Dumont internou-se duas vezes. swissinfo.ch

“Criada em 1905, a Clínica de Valmont acolheu, até 1990, as personagens mais ricas do planeta: políticos, escritores, artistas, industriais e membros da nobreza”.

Assim escreve Albert Gonthier em sua obra “Montreux e seus hóspedes ilustres”.

Essa clínica, que está para completar quase um século de existência – depois de passar por altos e baixos, e quase desaparecer – especializou-se no combate à neurastenia e aos “distúrbios nervosos da nutrição”.

A clínica é obra do médico suíço Henri-Auguste Widmer (1853-1939) que uma vez formado, fez cursos na Alemanha, interessando-se cedo pelos “distúrbios do comportamento e pelas enfermidades orgânicas”. Mas quando fundou estabelecimento, em Montreux-Glion, excluiu o tratamento de doenças mentais e de tuberculose.

Modernas terapias

A especialização do sanatório que utilizava as mais diferentes terapias modernas da época – como eletroterapia, hidroterapia e ginástica sueca – teve sucesso que Albert Gonthier qualifica de “fenomenal”. Evidentemente o elevado número de personalidades entre os clientes deu fama ao estabelecimento, que contava uma centena de camas.

Entre os pacientes do início, são mencionados a família do rei Albert, da Bélgica, Rainer Maria Rilke e Alberto Santos Dumont.

A Clínica, seriamente afetada pela Primeira Guerra Mundial, tinha se restabelecido depois do conflito. Mas sofreu novo revés com a Segunda Guerra. Os pacientes ricos, arruinaram-se e, conseqüentemente, desapareceram. Foram 20 anos difíceis, agravados por um período de mau gerenciamento.

Mas a situação se restabelece a partir de 1959.

Transtornos superados

Nos anos 60 e 70 a clínica refloresce, as rendas aumentam consideravelmente e entre os pacientes figura gente famosa, como Ali Bhutto, do Paquistão, a rainha Soraya, do Irã, o ditador zairense, Mobutu Sese Seko, “de gargalhadas tonitruantes”, a atriz italiana, Claudia Cardinale, para não falar de Christine Onassis, que esteve 3 vezes em Valmont, cada vez com um “marido” diferente, conta Albert Gonthier.

Novos transtornos por volta de 1980. A Clínica muda de dono, é vendida e acaba falindo. É o Banco do Estado de Vaud que fica com o “abacaxi”.

Mas uma empresa francesa compra Valmont, investe mais de 7 milhões de dólares e desde 1997, ela volta a funcionar como “um centro reconhecido de reabilitação neurológica”.

swissinfo, JG Barbosa

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